quinta-feira, junho 28, 2007


"The Machinist", de Brad Anderson (2004)

Um daqueles thrillers contados aos bocadinhos a deixar adivinhar um puzzle que apetece compor, fruto de uma fotografia excelente, banda sonora exemplar a conduzir a nossa atenção e um ambiente incrivelmente intenso - acho que só faltou mesmo um final mais soco-no-estômago do que acaba por ser.

"Being John Malkovich", de Spike Jonze (1999)

No 7º andar e meio de um prédio de escritórios há uma sala onde um marionetista desempregado descobre uma porta que dá acesso a um túnel que é uma entrada para a cabeça do John Malkovich.
Se esta sinopse não convence quem quer que seja a ver o filme, nada convence.

domingo, junho 24, 2007

O meu avô morreu há dois anos. Nunca fomos muito chegados o que significa que houve um período em que me senti culpado. Por não ter feito parte da vida dele de outra forma.
Era agricultor. Tinha vacas, galinhas, uma horta e eu tenho memórias das vindimas, da poda.
Ele não era exactamente uma pessoa afável e de forma alguma encaixava na imagem do avôzinho simpático.
Houve uma altura em que ele vinha ao Porto com frequência, era eu um adolescente pintado de borbulhas, e ele envergonhava-me a mim e à minha t-shirt dos Sonic Youth em plena rua porque começava a falar com toda a gente... em rimas (como se já não bastasse a acne para afastar miúdas).
Ele era um trovador. Ele conseguia improvisar rimas o dia inteiro se lhe apetecesse. Ele não assentava nada em papel e uma vez perguntei-lhe porque é que ele não escrevia os poemas todos que inventava num dia. "Os poemas são como moscas, se os deixas voar muito começam a chatear" respondeu-me.
Já depois de ter falecido descobri que afinal ele já tinha publicado - encontrei uma espécie de sebenta com vários autores publicada pela Câmara da Póvoa de Lanhoso nos anos 40.
Entretanto também acabou por ficar para mim a pequena colecção de vinis que eu nem imaginava que ele possuía - entre algumas pérolas estavam dois discos de um Django Reinhardt completamente inaudíveis, por isso toca a buscar a internet e eis que:

Django Reinhardt, "Beyond the sea"

foto: ric
quem me dera poder agora passear com o meu avô a disparar poemas pelas ruas

sexta-feira, junho 22, 2007


"Tarnation", de Jonathan Caouette (2003)

De Jonathan Caouette sobre Joanthan Caouette. E sobre a mãe, uma toxicodependente como resultado de maus diagnósticos. E sobre os avós. Que ele acaba por acusar.
É quase impossível ficar indiferente ao "Tarnation". A mim, incomodou-me. Só não sei exactamente se foi por a) haver alguém honesto e corajoso que expõe a vida pessoal desta forma, assumindo problemas, capaz de mostrar aqueles segredos que preferimos esconder ou b) haver alguém que faz um aproveitamento reprovável da vida pessoal, expondo problemas, capaz de mostrar aqueles segredos que preferimos esconder.

"Napoleon Dynamite", de Jared Hess (2004)

A inexpressividade dos nerds, a caracterização exemplar de várias épocas nunca se prendendo a referências limitativas, o punhado de momentos-choque que todos os geeks sonharam viver no seu tempo -- não havia como não gostar deste.
Se bem que andam por aí uns sujos que insistem que gosto porque danço como ele. É falso!
Acho.

quinta-feira, junho 21, 2007


"Ghostbusters", de Ivan Reitman (1984)

"Who you gonna call? Ghostbusters!"

quarta-feira, junho 20, 2007


"mesa de luz"

sexta-feira, junho 15, 2007


"Touch of Evil", de Orson Welles (1958)
são 3 incríveis minutos sem cortes - nem imagino o número de vezes que devem ter repetido e só de pensar na planificação de uma coisa destas fico com dores de cabeça

Um dos melhores planos sequência de sempre? check
Charlton Heston a fazer - deliciosamente mal, ao nível de um série B de luxo - de mexicano? check
O próprio Welles no papel de um polícia brilhante, obeso, suado e corrupto? check
Marlene Dietrich? check
Um filme noir carregado de innuendos repletos de sexualidade agressiva pelo meio de vielas escuras onde praticamente sentimos o cheiro dos esgotos - em plena América da década de 50? check
O "Citizen Kane" é o melhor filme dele? A sério?

terça-feira, junho 12, 2007


Electrelane: para mim as gajas mais rock que por aí andam, e que recuperaram o farfisa como instrumento cool. Editaram há umas semanas o "No Shouts, No Calls" e foram agora confirmadas em Paredes de Coura.


Electrelane, "To the east"

segunda-feira, junho 11, 2007


"workplace"

terça-feira, junho 05, 2007


Eternal Sunshine of the Spotless Mind, de Michel Gondry (2004)

Provelmente demasiado indie para figurar nas listas dos melhores da história do cinema, mas acredito que este é o filme que consegue a proeza de melhor definir esse bicho chamado amor. Não se limita a contar uma história, define, mesmo. E garanto que o mais batido dos clichés aqui faz todo o sentido sem ser pedante ou vulgar.
A plasticidade - inúmeros truques visuais, quase nunca efeitos digitais - e o argumento, a mim convenceram-me que andava a passear nas memórias de alguém.
o Michel Gondry e o Charlie Kaufman deviam ser acorrentados e obrigados a fazer filmes juntos durante para aí uns dez anos